*por Alexandre Assis
Já nos acostumamos com o fato de que o Brasil está entre os três maiores produtores e exportadores de diversos tipos de cultivo, especialmente no que se refere a grãos. Em relação às frutas, isso ainda é uma meia-verdade: se o país é o terceiro maior produtor do mundo, as exportações ainda estão longe do topo. Segundo a Abrafrutas (Associação Brasileira de Produtores e Exportadores de Frutas e Derivados), o Brasil é somente o 23º exportador de frutas do mercado global.
A alta produção com baixa exportação se dá, sobretudo, por desafios logísticos. Muitos tipos de frutas perecem rápido e, em alguns casos, a infraestrutura de algumas partes do país acaba contribuindo para o atraso na distribuição, o que afeta diretamente a qualidade do produto. O cenário da pandemia, que limitou o funcionamento principalmente de aeroportos, responsáveis pelo escoamento de cerca de 10% do volume exportado, deixou os agricultores do setor apreensivos.
No primeiro semestre de 2020, as exportações de frutas do país caíram 5% em relação ao mesmo período do ano passado, totalizando 399,8 milhões de quilos. Certos produtos com menor tempo de vida, como o pêssego e o caqui, sofreram uma queda ainda maior, acima de 50%. No entanto, a crescente demanda por alimentos saudáveis em países desenvolvidos e o período de entressafra no hemisfério norte ajudaram a acelerar as exportações de frutas brasileiras no segundo semestre.
A valorização do dólar frente ao real também tem facilitado os embarques, pois torna os produtos brasileiros mais atrativos no mercado externo. A alta taxa de câmbio do dólar permite que os exportadores baixem o preço médio na moeda estrangeira, sem que haja perda de rentabilidade na moeda brasileira. Com isso, o jogo virou e as exportações brasileiras de frutas cresceram 3,6% no acumulado de 2020 até outubro, quando comparadas aos embarques no mesmo período do ano passado. O principal destino é a União Europeia, responsável pela compra de 70% deste volume.
Este cenário deve permanecer na próxima safra e a demanda interna tende a continuar estável. Portanto, crescem as oportunidades para os fruticultores brasileiros, que terão de investir no aumento de suas produções, sem perder rentabilidade. Diante desta necessidade, a tecnologia aparece como a principal aliada no agricultor. Vale lembrar que não basta cultivar frutas para exportação, mas também seguir uma série de protocolos rigorosos, inclusive no campo da sustentabilidade, para que os produtos sejam aceitos em outros mercados, especialmente no europeu.
Para auxiliar os agricultores neste desafio, a indústria de máquinas agrícolas tem se movimentado para oferecer soluções que reúnam eficiência e baixo custo operacional. Tratores estreitos, mais popularmente conhecidos como “fruteiros”, já existem no mercado brasileiro há mais de cinquenta anos. Porém, os níveis de conforto, tecnologia e de redução no consumo de combustível encontrados nas máquinas de hoje é algo sem precedentes.
Um bom exemplo é a linha A3F da Valtra, marca que desenvolveu o primeiro trator estreito do Brasil e que possui o melhor know-how do setor. A linha oferece opções que vão de 69 a 99 cavalos de potência, cabine equipada de fábrica e um conjunto de transmissão e motor que garante um consumo de combustível 12% menor.
A tomada de potência, o projeto ergonômico da cabine e a capacidade de levante 25% maior do que a de similares de outras marcas fazem dessa linha de máquinas uma aliada importante para os fruticultores brasileiros. Por fim, também se destaca na série A3F o melhor raio de giro do mercado, que é muito importante para a cultura de frutas, já que facilita as manobras em pomares com alto adensamento, otimizando o tempo de operação e ajudando a melhorar a produtividade.
Máquinas como essas, combinadas a sistemas de telemetria e monitoramento inteligentes, que geram dados e informações relevantes para o agricultor, são a chave para que a produção de frutas do país acompanhe o recente crescimento de demanda. Além disso, produtos produzidos com alta tecnologia e de modo sustentável – o motor eletrônico AGCO Power garante a redução das emissões de carbono – ganham em valor agregado no mercado internacional.
Se da porteira para dentro as máquinas estão ajudando cada vez mais o fruticultor a agilizar seus processos e aumentar sua produção de modo consistente e rentável, cabe agora às autoridades do país investirem na resolução dos problemas encontrados da porteira para fora: os desafios logísticos e burocráticos que ainda travam o avanço do Brasil rumo ao topo do mercado internacional de frutas.
*Alexandre Assis é diretor de vendas da Valtra no Brasil